Arroz desenvolvido no mar tem potencial para alimentar 200 milhões de pessoas

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A startup Alora está produzindo um arroz no mar, resistente a água salgada. Com importante ajuda da engenharia genética, essa inovação pretende aliviar a pressão sobre a terra e levar a produção para os oceanos. A plantação do novo arroz poderá aumentar a produtividade de arroz em 50 milhões de toneladas anuais. O que significará alimentar mais de 200 milhões de pessoas.

Empreendedores confiam no cultivo do arroz no mar

Dois empreendedores canadenses, os biocientistas Luke Young e Rory Hornby, estão certos de que podem obter ótimos resultados com a plantação dos vegetais tolerantes ao sal. Nos oceanos os arrozes são cultivados de forma social e ambientalmente responsáveis. Os experimentos são tidos como estratégias das mais promissoras, para minimizar a pressão sobre as fazendas e os reservatórios de água doce. No laboratório da startup Alora, eles ativam a resistência à salinidade das plantas, que naturalmente não sobreviveriam em ambientes salgados. 

Desafio é aumentar o cultivo do arroz, tolerante ao sal e de forma sustentável 

Importante salientar a importância do arroz como cultura de consumo básico para metade da população global (3,9 bilhões de pessoas), sendo esse cereal extremamente sensível ao sal. Ao levar o cultivo de arroz ao mar Young e Hornby, pretendem não somente aumentar a produção agrícola como torná-la mais sustentável. 

Ciência e tecnologia avançam para diminuir salinidade no arroz

Assim como a Alora, outras startups também estão envolvidas no desenvolvimento de arrozes mais tolerantes ao sal. Entretanto, a empresa canadense atingiu níveis de tolerância mais altos, garças ao uso da tecnóloga CRISPR. Desenvolvida em 2012 e conhecida como “tesoura genética”, a ferramenta permite a edição de trechos específicos da fita de DNA. Destacando que essa técnica rendeu as suas criadoras, a geneticista francesa Emmanuelle Charpentier e a bioquímica americana Jennifer Doudna, o prêmio Nobel de química 2020.

Novas descobertas e avanços realizados 

As plantas da Alora foram editadas geneticamente e suportaram uma concentração de até 16 gramas de cloreto de sódio por litro de água. Com esse avanço, os pesquisadores trabalham em arrozes mais resistentes. Até o final do ano, os sócios pretendem chegar às plantas que vinguem em soluções de 28 a 32 gramas, equivalentes à salinidade da água do mar. Para chegar a esse resultado, Young e Hornby, descobriram que o arroz possui 8 genes comuns a espécies adaptadas a vida salgada, como as halófitas. Entretanto, no cereal, essas chaves estão desligadas, afinal, ao longo da evolução, nunca precisaram ser ativadas.

Mudanças climáticas alertam para importância desse cultivo de arroz 

É essencial alertar para crise climática e o expressivo crescimento acelerado da população. Nesse contexto é preciso oferecer auxílio a natureza. A equipe Alora faz isso, despertando aquele trecho do DNA do arroz associado à tolerância do sal. 

Outro ponto que desperta atenção, é o mau uso, as terras aráveis, que estão em processo de desertificação e consequentemente de salinização. Além disso, por causa do aquecimento global, o nível do mar começa a subir, contaminando os lençóis freáticos e salgando o solo.

Produção do arroz no oceano em Cingapura indica expansão para o mundo

Visando a continuidade das experiências, desde o ano passado, a Alora está com um projeto-piloto em Cingapura, com o cultivo diretamente no oceano Índico. A expectativa é que a fazenda entre em operação comercial em um ano. Até 2026 a ideia é cultivar o arroz oceânico nos Estados Unidos, Madagscar, Quênia, Índia e alguns países da América do Sul. O Brasil também está nos planos dos empreendedores Young e Hornby.

Alora tem chamado à atenção de investidores de riscos, embora as experiências ainda estejam em andamento. Desde a sua fundação já levantou 4 US$ milhões, informa a plataforma Crunchbase. Entre os que acreditam e apostam no arroz, estão a Toyota, Sustainable Oceans Alliance, Ventures e Mistletoe. 

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