A crescente urbanização está impondo desafios significativos para as cidades, como superlotação, falta de moradias, congestionamento e desigualdade no acesso a serviços e oportunidades. Desse modo, a proposta da Cidade de 15 Minutos surge como uma solução inovadora para esses problemas. Afinal, oferece um modelo urbano onde todos os serviços essenciais estão a uma caminhada de 15 minutos das residências.
Jeremy Burke e Ramon Gras, ambos colaboradores e conselheiros da Urban AI, são figuras centrais no desenvolvimento e aplicação da Cidade de 15 Minutos. Com formações e pesquisas realizadas em instituições renomadas como Harvard, eles co-fundaram a Aretian Urban Analytics and Design, empresa que utiliza metodologias de ciência da cidade para avaliar e melhorar o desempenho urbano. Ou seja, suas abordagens quantitativas permitem entender e planejar mudanças que transformam ambientes urbanos em bairros caminháveis e integrados, promovendo uma melhor qualidade de vida.
A ciência por trás da cidade de 15 minutos
Ela baseia-se em análises geoespaciais e metodologias que avaliam a relação entre a forma da cidade, sua dinâmica urbana e seu desempenho. Jeremy Burke e Ramon Gras utilizam modelos matemáticos para avaliar como diferentes tipologias de cidades impactam o comportamento humano e o desempenho urbano. Além disso, a análise inclui sistemas bidimensionais (layout de ruas, padrões de orientação), sistemas tridimensionais (forma e altura dos edifícios) e níveis de escala/densidade.
Essas análises revelam como certas tipologias urbanas, como cidades lineares ou concêntricas, influenciam o acesso a serviços e a mobilidade. O conceito de cidade fractal, por exemplo, demonstra vantagens significativas ao espalhar centros de bairro estrategicamente pela cidade. Esse modelo cria uma rede de infraestrutura urbana que beneficia tanto residentes quanto empresas, promovendo uma cidade mais eficiente e agradável.
Implementação desse novo modelo
Para implementar a Cidade de 15 Minutos, é essencial realizar análises detalhadas de indicadores de desempenho urbano (KPIs). Esses indicadores medem aspectos como economia do conhecimento, socialização, caminhabilidade e acesso a serviços culturais, lazer, transporte público, educação e saúde. A Aretian Urban Analytics and Design compara essas características em diversas regiões metropolitanas para identificar padrões e oportunidades de melhoria.
Enfim, as cidades inteligentes podem se beneficiar enormemente dessa abordagem, pois a implementação de uma rede de serviços de fácil acesso reduz a necessidade de longos deslocamentos, melhora a qualidade do ar e promove um estilo de vida mais saudável. Além disso, a criação de hubs de bairro facilita a socialização e fortalece a comunidade local, tornando a cidade mais resiliente e adaptável a mudanças.
Desafios e oportunidades futuras
Apesar dos benefícios, a transição para uma Cidade de 15 Minutos apresenta desafios. Identificar e implementar intervenções urbanísticas que reforcem a condição fractal das cidades requer um entendimento profundo das características urbanas específicas de cada local. Análises de ciência da cidade, como agrupamento geográfico e índices de gravidade, são ferramentas essenciais para planejar essas mudanças.
Gestores municipais, prefeitos e servidores públicos precisam estar preparados para adotar novas metodologias e tecnologias que suportem o desenvolvimento de cidades mais eficientes e habitáveis. A colaboração com pesquisadores e especialistas em design urbano, como Jeremy Burke e Ramon Gras, é crucial para alcançar os padrões de qualidade da Cidade de 15 Minutos, garantindo um futuro urbano mais sustentável e equitativo.