Localizada no coração da Chapada do Araripe, no Sítio Solzinho, Barbalha, Ceará, a Casa Refúgio do Sol combina técnicas construtivas tradicionais e modernas para garantir conforto térmico em uma das regiões mais quentes do Brasil. Projetada pelo estúdio de arquitetura AzulPitanga, a casa é um exemplo inovador de bioconstrução, utilizando materiais locais e métodos sustentáveis.
Mistura de técnicas e conforto térmico
A Casa Refúgio do Sol utiliza taipa de pilão, pau-a-pique e argamassa armada. Essas técnicas são comuns nas áreas rurais da região. A taipa de pilão, que envolve comprimir terra dentro de formas de madeira, foi usada na primeira parede da casa. Essa parede, com 40 centímetros de espessura, se estende de norte a sul e proporciona alta inércia térmica.
O pau-a-pique, ou taipa de mão, também é uma técnica tradicional, que consiste em madeiras entrelaçadas preenchidas com barro. Já a argamassa armada, ou ferrocimento, é durável e frequentemente usada na construção de cisternas no sertão. A combinação dessas técnicas mantém a casa fresca, mesmo no calor intenso do sertão cearense.
Harmonia com a natureza
A Casa Refúgio do Sol não só protege seus moradores do calor intenso, mas também mantém uma conexão com a natureza. O projeto integra elementos naturais da região, como o clima e a vegetação. Isso cria uma relação harmoniosa entre o ambiente construído e o entorno.
Além disso, a casa adota práticas sustentáveis. O uso de muitos vidros permite a entrada de luz natural, reduzindo a necessidade de lâmpadas durante o dia. A decoração inclui elementos reaproveitados e muitas plantas, criando uma atmosfera acolhedora. Outro destaque é a instalação de uma bacia de evapotranspiração para tratar águas cinzais.
Um exemplo de bioconstrução no Brasil
A Casa Refúgio do Sol demonstra como a bioconstrução pode oferecer soluções práticas e eficientes para conforto térmico em climas extremos, mantendo a sustentabilidade. A mistura de técnicas usadas na construção resgata tradições locais e prova que é possível construir de maneira ecológica e econômica.
Com 62,5m², a obra começou em agosto de 2020 e foi concluída em setembro de 2021. Ela traz uma nova visão para a construção no sertão nordestino, destacando-se por seu compromisso com a sustentabilidade e inovação arquitetônica.