Os furacões são fenômenos naturais devastadores, capazes de causar enormes danos às comunidades que atingem. Desse modo, a previsão precisa desses eventos é essencial para preparar e proteger as populações vulneráveis.
Recentemente, tecnologias avançadas, originalmente desenvolvidas para veículos autônomos e imagens médicas, começaram a ser aplicadas na previsão de tempestades tropicais, trazendo melhorias significativas. A técnica de aprendizagem profunda, conhecida como segmentação semântica, está na vanguarda dessas inovações. Afinal, permite identificar e prever furacões com maior precisão.
A técnica de segmentação semântica
A segmentação semântica é uma técnica avançada de aprendizagem profunda que categoriza e rotula cada pixel de uma imagem.
Quando aplicada à meteorologia, essa técnica permite identificar assinaturas atmosféricas de tempestades tropicais e prever parâmetros como velocidade do vento, precipitação e ondas de tempestade com até sete dias de antecedência. Logo, proporciona uma janela de tempo crucial para preparar e proteger as comunidades afetadas.
O novo modelo desenvolvido pelo meteorologista e engenheiro de software Dr. Samuel Lillo utiliza essa técnica para melhorar as previsões de furacões.
“Os detalhes fornecidos pelo nosso modelo baseiam-se em um enorme volume de dados e são constantemente atualizados, algo que os meteorologistas humanos não conseguem acompanhar”, explica o Dr. Lillo. Ou seja, os meteorologistas podem gastar menos tempo calculando a formação potencial de uma tempestade e mais tempo comunicando os impactos potenciais.
Previsão inteligente e cidades inteligentes
A previsão de furacões com tecnologia de segmentação semântica oferece maior precisão e detalhes em comparação com os métodos tradicionais. Então, essa precisão é especialmente útil para cidades inteligentes, onde a gestão eficiente dos recursos e a preparação para desastres são prioridades.
Com previsões mais detalhadas, setores como agricultura, energia, esportes, segurança e serviços públicos podem planejar e se preparar melhor para os impactos dos furacões.
Dessa maneira, o uso de dados, análise e tecnologia pela empresa DTN, que adota essa técnica, permite prever a trajetória e a intensidade dos ventos com mais precisão.
“Antecipar episódios de intensificação explosiva era uma área em que queríamos melhorar a precisão e a janela de alerta das previsões”, acrescenta o Dr. Lillo. Logo, cada minuto de preparação é crucial para minimizar danos e salvar vidas, e essa nova abordagem oferece uma vantagem significativa.
Por que o Brasil é menos atingido por furacões?
Uma curiosidade que muitos têm é por que o Brasil é tão pouco afetado por furacões, ao contrário de outros países do continente americano. A resposta está nas características geográficas do Brasil.
Os furacões se formam em áreas de baixa pressão sobre massas de água quente, onde há uma intensa movimentação do ar e alta umidade. Ou seja, essas condições são raras nas águas ao redor do Brasil, que geralmente não atingem as temperaturas necessárias para a formação de furacões.
Além disso, o cisalhamento do vento, que corresponde às mudanças na velocidade e direção dos ventos, é um fator crucial para a formação de furacões. No Brasil, essas condições não são favoráveis, o que reduz ainda mais a possibilidade de ocorrência desses fenômenos.
No entanto, com as mudanças climáticas, essas condições podem mudar, e a tecnologia de previsão avançada será ainda mais importante para monitorar possíveis ameaças.
Os avanços na tecnologia de previsão de furacões, especialmente com o uso de segmentação semântica, representam um passo significativo na proteção das comunidades contra esses desastres naturais.
* Com informações de Tempo.com