Cidades inteligentes podem salvar os oceanos e enfrentar as mudanças climáticas

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A relação das cidades com a sustentabilidade dos oceanos ganhou destaque no Pavilhão Brasil da COP28, a Conferência de Mudanças Climáticas das Nações Unidas. Durante o evento, o painel “Cidades, portos e conservação: esforço integrado para cidades resilientes e adaptadas às mudanças climáticas” reuniu representantes do Governo Federal, de governos subnacionais, do setor privado e da sociedade civil. Além disso, marcou o lançamento da publicação “Oceano Sem Mistérios – Construindo Cidades Azuis”, um e-book elaborado pela Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica em parceria com a Fundação Grupo Boticário e apoio do CNPq.

O documento, coordenado por Ronaldo Christofoletti da Unifesp, apresenta soluções práticas para tornar as cidades mais azuis, abordando temas como educação, economia, turismo, resiliência climática, água e saneamento, saúde e conservação dos ecossistemas. A publicação visa nortear os municípios no caminho da sustentabilidade oceânica, mostrando que todas as cidades, independentemente da distância do litoral, podem adotar práticas que beneficiem os oceanos e, consequentemente, o clima global.

Cuidado com os oceanos: o papel das cidades azuis na sustentabilidade

O conceito de “cidade azul” vai além da proximidade com o litoral e envolve a integração de políticas públicas, ações de cidadania e instituições voltadas para a sustentabilidade oceânica. Afinal, a saúde dos oceanos é crucial para o sucesso na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Logo, um oceano resiliente e sustentável contribui significativamente para a regulação do clima e a absorção de CO2.

O Brasil, com seus 7.367 quilômetros de litoral e 443 cidades costeiras, abriga cerca de 25% da população do país. Desse modo, esses municípios estão na linha de frente na batalha contra a elevação do nível do mar. A conservação dos ambientes costeiro-marinhos, como manguezais e recifes de corais, é essencial para reduzir o aquecimento global e aumentar a resiliência das cidades frente às mudanças climáticas.

Iniciativas de sucesso em cidades inteligentes

Entre as políticas públicas que merecem destaque está a Lei da Cultura Oceânica, que inclui o ensino sobre o oceano no currículo escolar de diversos municípios brasileiros. Essa iniciativa, reconhecida pela Unesco como exemplo mundial, tem sido adotada por cidades do projeto Escola Azul, inspirando outras localidades a seguir o mesmo caminho.

O sexto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) reconhece o papel vital dos oceanos na solução dos desafios climáticos globais. Além disso, o relatório destaca a importância de proteger, restaurar e gerir de forma sustentável os recursos marinhos. Adicionalmente, entre as metas estabelecidas está a proteção de até 30% dos oceanos até 2030 e a criação de um tratado global para reduzir a poluição por plástico nos mares.

Contribuição dos oceanos para o clima global

Os oceanos desempenham um papel fundamental na regulação do clima da Terra. Responsáveis por produzir 54% do oxigênio que respiramos, eles absorvem até 90% do excesso de calor da atmosfera e retêm cerca de 25% do dióxido de carbono emitido. A preservação e a sustentabilidade dos oceanos são, portanto, estratégias cruciais para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.

Para que as cidades inteligentes possam contribuir efetivamente para a sustentabilidade dos oceanos, é necessário um esforço conjunto que envolva todos os setores da sociedade. As soluções apresentadas no e-book “Oceano Sem Mistérios – Construindo Cidades Azuis” são um passo importante nessa direção, oferecendo um guia prático para que os municípios possam implementar ações eficazes e transformadoras.

Baixe o e-book neste link.

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