Muitas pessoas vivem em áreas de riscos com fortes possibilidades de desastres climáticos em nosso país. Estamos descrevendo o cenário habitacional de 70% dos moradores das cidades brasileiras. Realidade que impõe preocupação aos gestores de públicos em âmbito municipal, estadual e federal. Para mudar e gerar mais segurança habitacional é necessário gerar uma força tarefa. Para solucionar esses importantes problemas, são exigidos planejamentos habitacionais com políticas públicas eficazes e medidas mais abrangentes, com participação de toda sociedade. Dessa forma, projetando a criação de habitações mais seguras nas cidades.
Muitas vezes nesses municípios, onde se encontra o potencial risco climático, o que se observa é a insegurança habitacional e a forte preocupação dos moradores com ocorrências de desastres. Quem reside nessas cidades deve ampliar seus cuidados, estar muito mais vigilante nas previsões do tempo e seguir orientações de entidades especialistas, como, por exemplo, os órgãos de defesa civil. Compete aos moradores obedecer com disciplina, os procedimentos de alerta. Tudo isso, deve ser somado ao conjunto de prevenções, a fim de evitar ou minimizar desastres climáticos, que muitas vezes ceifam vidas, destroem projetos e afetam famílias. Além disso, geram enormes prejuízos financeiros, deixando rastros de sofrimento e angústias nas cidades atingidas e na sociedade brasileira.
Muitas pessoas nas cidades estão vulneráveis
O número de moradores das cidades, que vivem sobre fragilidades habitacionais é expressivo. São 2.120 cidades, que concentram 70% da população brasileira. Muitas delas ficam na costa do país. Um grande desafio para os gestores das cidades é estruturar melhores condições de moradia nesses locais. Visto que, quatro em cada dez municípios do país, são considerados vulneráveis a desastres climáticos relacionados a chuvas extremas. Conforme dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), a ampliação da lista de cidades monitoradas está sendo ampliada pelo órgão. A atualização deve ser feita em duas etapas. Primeiro, incluindo cidades de região metropolitana de lugares já monitorados.
Lamentáveis episódios climáticos como ocorridos no litoral norte de São Paulo servem de aviso para ampliação dos sistemas de alertas, prevenções e melhorias de infraestrutura das cidades. A tragédia ocorrida em São Sebastião se somou a outras que, rotineiramente, acontecem em várias regiões do país como efeito das mudanças climáticas.
Soluções necessitam de ações conjuntas
Todas essas tragédias climáticas devem promover ações imediatas para não haver triste repetição. Para tanto é essencial investir no conjunto de preparos mais consistentes para evitar esses acontecimentos. Isso inclui também, além da gestão pública, a contribuição de setores privados e a participação da comunidade em perigo. Todos unidos construindo parcerias e ações. Investir em ações coletivas integradas é o caminho para eficazes procedimentos preventivos e amenizadores. Todo amplo esforço para evitar esses eventos climáticos, que se apresentam muitas vezes com devastadores. Sendo necessário nesses casos, um pensar coletivo, para eficazes ações, a fim de gerir melhores atitudes e soluções nesses acontecimentos.
O que dizem especialistas sobre desastres climáticos
Especialistas ouvidos dizem que o Brasil está muito atrasado na adaptação e prevenção de crises de desastres climáticos. O Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima (PNA), lançado em 2016, nunca foi colocado em prática. E poucas cidades têm políticas para minimizar o impacto de eventos climáticos extremos.
Segundo afirma Ana Toni, secretária Nacional de Mudanças do Clima, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). “Tem algumas iniciativas maravilhosas, como o CEMADEN, mas ainda estamos atrás em termos de preparação na ponta, junto às populações mais vulneráveis, de entender as áreas de riscos e ter programas específicos para ajudar os municípios na área da adaptação”,
Embora não seja considerada por especialistas como uma solução definitiva, a implantação de um sistema de sirenes para alertar a população em situações de chuva extrema é recomendada como uma estratégia emergencial para evitar mortes. Tal procedimento de comunicação tem eficácia e mostra seu valor como forma de prevenção nesses episódios. Contudo, tanto as cidades do litoral norte paulista como diversos outros municípios vulneráveis a desastres climáticos não dispõem desse sistema.
Portanto, fica estabelecido forte desafio para o país, estados e municípios: evoluir na prevenção de desastres climáticos para melhor planejar coletivamente os modelos habitacionais.
Na história do Brasil, já tivemos muitos episódios de perdas e sofrimentos com desastres climáticos, atingindo muitas pessoas. A solução é investir em soluções coletivas e criar uma gestão eficaz no cumprimento preventivo. De modo que, tragédias não mais se repitam e não provoquem tantos prejuízos humanos, perdas patrimoniais e amplos sofrimentos. E que acima de tudo, a segurança habitacional possa triunfar de forma mais segura em todas as cidades brasileiras.