Com o objetivo de assistir à final da NBA, entre Boston Celtics e Dallas Mavericks, o brasileiro Gabriel Martins, 25 anos, que trabalha como bancário, saiu de São Bernardo e percorreu cerca de 25 km até o Parque Villa-Lobos, na capital paulista, para acompanhar o jogo na NBA House.
Segundo uma matéria do Valor Econômico, Gabriel percorreu mais de uma hora para chegar ao Parque Villa-Lobos e gastou R$ 300 para assistir ao jogo nos telões do evento oficial da maior liga de basquete do mundo.
O jovem não se arrependeu
Embora pudesse assistir ao jogo na televisão aberta ou nos canais fechados, o jovem diz que a experiência compensou. Antes do primeiro jogo da disputa começar, ele explicou ao Valor Econômico o motivo de preferir assistir à disputa por um telão.
“É a oportunidade mais simples que eu tenho de assistir ao jogo ‘in loco’. Não tenho como pegar um voo e ir para Boston por questões financeiras e de calendário. Aqui me dá a nítida sensação de estar dentro de um estádio. É como assistir in loco mesmo. A ‘vibe’ é totalmente diferente do que assistir num bar ou em casa.”, disse ele ao jornal.
Além de Gabriel, outros 4 mil fãs estiveram no evento.
Como se dá o interesse por trás desse fenômeno?
Buscando explicar o desejo de viver experiências consideradas expansivas financeiramente, o Valor Econômico consultou Paula Sauer, professora de economia comportamental da ESPM.
De acordo com Paula, há três elementos nas ciências comportamentais que ajudam a entender esse fenômeno. “O primeiro deles é o efeito manada. É uma coisa relativamente nova. E, como é nichado, aquele nicho de pessoas acaba se conhecendo e fazendo um boca a boca que incentiva outras a irem até mesmo sem entender direito pelo que estão pagando, já que está todo mundo em volta está fazendo o mesmo.
O segundo elemento é o Fear of Missing Out, conhecido como “Fomo”. “É o medo de ficar de fora, de perder o evento. As pessoas querem participar. Acabam indo para o evento mesmo pagando um preço alto para ter o que falar e dizer que participou. Tem uma questão de status”, comenta ela.
Por último, a matéria do Valor Econômico destaca um conceito marcante da economia comportamental, o efeito “framing.” “Os mesmos jogos são transmitidos pela televisão, mas na hora que coloca o NBA House conseguem dar uma embalagem bonita para um evento que a pessoa poderia assistir pagando muito menos. E aí vem de novo a questão do status, do pertencimento, do participar. Poder dizer ‘eu fui, eu conheço’”, explica a professora
Como funciona a NBA House?
A edição de 2024 do espaço começou no dia 6 de junho e terminará no dia 23 deste mesmo mês. O evento é dividido em duas categorias: Game Nights e Fan Days. Durante as Game Nights, como o nome sugere, são noites em que o público se reúne para assistir aos jogos em um mega telão, além de desfrutar de outras atrações durante as partidas.
Já os Fan Days acontecem às sextas, sábados e domingos. Eles ocorrem em dias sem transmissões dos jogos da NBA e, segundo o site do evento, o público tem o dia todo para aproveitar diversas atividades e entretenimento.
*Com informações de Valor Econômico