Os desafios globais da moda: sustentabilidade em risco

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A moda, como uma das indústrias mais impactantes ambientalmente, enfrenta o desafio de equilibrar produção e sustentabilidade. O Brasil, um dos principais polos desse setor, busca maneiras de transformar a produção para reduzir o impacto ambiental. Em escala global, estima-se que o setor seja responsável por até 8% das emissões de gases do efeito estufa, conforme dados da consultoria McKinsey. Isso coloca a indústria como um dos três setores mais nocivos ao meio ambiente. Segundo a Fundação Ellen MacArthur.

O problema global da moda

Globalmente, a moda enfrenta um problema crítico com a crescente produção e descarte rápido de roupas. Entre 2000 e 2014, a produção de roupas dobrou e, em média, uma peça de vestuário é usada 36% menos vezes do que era nos anos 2000. Esse aumento no consumo acelerado gera enormes quantidades de resíduos e aumenta a pressão sobre os recursos naturais. A moda rápida, ou “fast fashion”, é especialmente prejudicial, pois incentiva o descarte constante e a compra impulsiva.

Moda sustentável no Brasil

Atualmente, diversas empresas brasileiras têm adotado práticas mais sustentáveis. Por exemplo, a Renner, uma das maiores varejistas do país, busca atingir a meta de ser “net zero” até 2030. O que significa que a quantidade de emissões de carbono será equivalente à quantidade removida da atmosfera. Além disso, 80% das peças da empresa já possuem baixo impacto ambiental, o que demonstra um esforço significativo em direção à sustentabilidade.

Igualmente, a Hering, outra grande marca nacional, conseguiu reduzir em 32% o consumo de água em seus processos ao eliminar costuras laterais de suas camisetas. Ademais, 100% dos resíduos têxteis são reciclados em suas fábricas. Esses exemplos reforçam o compromisso das empresas brasileiras com a sustentabilidade.

Ações globais e o papel do Brasil na moda

Entretanto, a indústria da moda tem sofrido ainda mais pressão global para adotar práticas sustentáveis. Um marco importante foi o pacto de 2019, assinado durante o G7 por mais de 30 empresas de moda, que visa zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050. Nesse contexto, no Brasil, empresas como a Vicunha, especializada em jeans, estão respondendo a essa demanda com práticas mais ecológicas. Como o uso de lavagens que consomem menos água, atendendo aos pedidos de marcas europeias. Pressionadas pela nova legislação da União Europeia.

Sustentabilidade como oportunidade

Assim, a transformação da moda sustentável no Brasil está alinhada a uma visão de futuro que pode colocar o país como um líder global nesse campo. Afinal, a indústria têxtil brasileira, com sua forte base agrícola e inovadora, pode atrair bilhões em investimentos, segundo o Boston Consulting Group. Dessa forma, essa visão inclui o uso de tecidos reciclados, algodão orgânico e materiais com baixa emissão de carbono. Elementos fundamentais para o sucesso do país na transição para uma economia verde.

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