“O que Deixamos para Trás – A Arte Sueca do Minimalismo e do Desapego”, apresenta o conceito de “dödstädning” ou “limpeza da morte”, uma prática sueca de organizar bens e objetos no final da vida para facilitar a vida daqueles que ficam.
“Dödstädning”: conceito sueco ensina a como se preparar para a morte
Escrito por Margareta Magnusson, “O que Deixamos para Trás – A Arte Sueca do Minimalismo e do Desapego” ensina a como organizar bens e objetos no final da vida para facilitar a vida daqueles que ficam
Se um livro é sempre uma manifestação de uma cultura específica, “O que Deixamos para Trás – A Arte Sueca do Minimalismo e do Desapego”, escrito por Margareta Magnusson, uma sueca de 83 anos, ilustra perfeitamente essa máxima. A obra apresenta o conceito de “dödstädning” ou “limpeza da morte”, uma prática sueca de organizar bens e objetos no final da vida para facilitar a vida daqueles que ficam. Isso reflete a mentalidade coletivista da Suécia, onde pensar nos outros é valorizado até mesmo na hora da partida.
Este livro também revela o estoicismo – isto é, a prática de agir racionalmente, mesmo com a existência dos sentimentos – com que os suecos enfrentam a morte, uma inevitabilidade que causa desconforto em todo o mundo. Isso fica evidente nas diferentes traduções internacionais, já que o título original “A Gentil Arte da Limpeza de Morte Sueca: Como Livrar Você e Sua Família de uma Vida de Entulho” se transforma em “A Vida em Ordem: A Arte de Organizar sua Vida para Aliviar a Vida dos Outros” na edição francesa.
A morte não é assunto só para os mais velhos
Apesar do que a opinião popular acredita, “O que Deixamos para Trás” não é um livro restrito a idosos no final da vida. Com capítulos concisos e autoexplicativos, é uma leitura fácil e prazerosa que oferece reflexões sobre a morte para leitores de todas as idades. Margareta é uma escritora perspicaz e bem-humorada, compartilhando não apenas dicas práticas, mas também suas experiências de vida, incluindo a criação de cinco filhos e 17 mudanças de residência ao redor do mundo.
“Dödstädning”: a morte pela visão sueca
A autora enfatiza que o “dödstädning” é uma forma permanente de organização que torna a vida cotidiana mais leve. Ela argumenta que “não há nada mais saudável e reconfortante do que estar num lugar arrumado.”
Além disso, o livro não segue um método sistemático, ao contrário de algumas abordagens de organização, como a de Marie Kondo. Em vez disso, é mais uma obra de arte do que um manual, compartilhando sabedoria sobre como começar a organizar, o que evitar, o destino de itens indesejados e maneiras de alegrar a vida de outras pessoas com presentes de segunda mão.
Uma das dicas que Margareta oferece é sobre por onde começar a organização, incluindo o “armário da bagunça,” e alerta sobre o perigo de iniciar com fotografias, pois isso pode mergulhar o leitor em memórias profundas.
Seria a “limpeza da morte” uma faxina comum?
A principal diferença entre uma faxina comum e o dödstädning é a amplitude da tarefa. Nesse viés, a limpeza preparatória para a morte envolve se livrar de excessos e pertences não essenciais para que ninguém precise fazê-lo após a morte.
Ou seja, é uma prática de sustentabilidade consigo mesmo e com os outros, demonstrando elegância, delicadeza e gentileza com aqueles que permanecem, indo além da simples limpeza diária.
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